segunda-feira, 22 de setembro de 2008

No Ar Coquetel Molotov - sexta-feira (19/09)

Olá, pessoas! Lá fui eu andar de novo por esta cidade ímpar chamada Recife. A da vez foi o Festival No Ar Coquetel Molotov 2008. Confesso não ser muito amante dessa postura de "se mais de três pessoas ouvirem, não presta" do público do evento, mas lá fui eu. Pra variar, só vou falar das bandas que vi.

A Banda de Joseph Tourton (PE) foi quem atraiu mais público para a Sala Cine UFPE (que, diga-se de passagem, não permitia a permanência de ninguém por muito tempo devido ao calor infernal). Música instrumental com espontaneidade e misturinhas boas de som pesado com mais calmo deram o tom do show. Nas músicas mais calmas, teve até um casal que improvisou
uma gafieira. Nas mais animadas, muitos corpinhos sem movimento. Gostei tanto que comprei o EP.

Bandini (RN) não é uma coisa que se diga "minha nooossa, que maravilha!". Em um festival que sempre aposta no diferente, pode-se até considerar um erro chamar uma banda que faz um som tão batido. Sabe aquelas bandas influenciadas pelo pós-punk que tocam praticamente a mesma coisa? Bandini é uma dessas.

Outra banda que investem no instrumental, a Guizado (SP), também fez bonito. Instrumentos de sofro se mesclam a barulhos eletrônicos. Cada música soa bem diferente pra outra, ou até mesmo uma mesma canção parece duas. Em
alguns casos isso é ruim. Mas a Guizado consegue fazer isso funcionar.

No ano passado, a então recém-formada Júlia Says estava no festival divulgando seu trabalho. Este ano, se apresentou no palco principal, no Teatro da UFPE. Merecidamente. O som instrumental (eita que só deu isso!) e experimental da dupla é de primeira. Quando tende mais ao rock, é bem
vigoroso. Quando tende mais ao eletrônico, lembra Daft Punk. Mas todos têm influências musicais, né?

Do lado de fora – Dadas as minhas impressões dos shows, vamos agora a uma parte também bastante interessante: o lado de fora, pois nem só de show vive o No Ar Coquetel Molotov. Havia vários stands vendendo roupas, CDS e outras coisas legais. E era impressionante o número de pessoas que estavam lá só pra beber com os amigos, sem a menor preocupação de ver apresentação nenhuma. O que vale é a social.

No stand Recife Independente, ponto de vendas de produtos dos artistas do Recife (CD’s, camisetas, buttons), o que fez sucesso foram os buttons da banda Ciné e as camisetas da Mula Manca e Fabulosa Figura. No Hot Dog da tia França, curiosamente o que fez sucesso foi a tortinha de chocolate. E a bebida mais vendida do evento não podia ser outra: cerveja, é claro.

E as artes plásticas também tiveram espaço. No corredor para a Sala Cine UFPE havia vários desenhos toscos-eróticos-undergrounds na parede, com instruções para como roubá-los e tudo mais (não vou negar, levei um pra casa). Tudo o que sei sobre o responsável pela “exposição” é que se trata de um artista doidão chamado Elvis.

Também teve a instalação “Reflexões”, de Kilian Glasner. Não sei se sou eu que sou burra e não entendo ou se a coisa é sem graça mesmo, mas era só um barulho irritante e umas coisas quebradas que remetiam a um acidente de carro. Não refleti sobre nada.

No fim das contas, valeu enfrentar o preconceito. Descobrir novas (e boas) bandas sempre vale a pena!

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