sexta-feira, 31 de outubro de 2008

IV Nox on the Rock

Olá, pessoas! Cá estou eu, cansada mas feliz, para falar de uma noite memorável; a de ontem, 30 de outubro. Por que memorável? Simples, porque a quarta edição do Nox on the Rocks, com MQN (GO), AMP, Vamoz!, Black Drowning Chalks (GO) e Macaco Bong (MT), quebrou tudo. Ninguém sabe quem pirou mais, as bandas ou a platéia – um pequeno grupo de privilegiados que se permitiu participar dessa farra que, com certeza, não sairá da cabeça tão cedo.

Não vou falar detalhadamente de cada show por dois motivos: exceto a Macaco Bong, todas as bandas são de rock-sujo-e-bom-pra-cara***, e porque não prestei atenção em todas as apresentações. Mas vamos aos pormenores que merecem ser citados:

  • Quem se apresentou primeiro foi a Vamoz!, que já chegou chegando, sem essa de não ir tão bem por ser a primeira. Orgulhosamente da terrinha, botou quente!
  • Quase ninguém conhecia a Black Drowning Chalks, mas tenho certeza de que ela ganhou vários fãs. Porrada na orelha! E a apresentação teve a participação especial de Fabrício Nobre, vocal da MQN, presidente da Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin) e porra louca pra caramba!
  • Nenhuma banda pirou tanto – ela e a platéia – quanto a MQN. Fã louca dançando no palco, banho de birita em Fabrício... mais rock impossível!
  • Deviam aproveitar mais a Nox para fazer show... a qualidade do som de lá é muito boa!
  • Quem sai de casa em plena quinta-feira, não sai pra ficar olhando para as paredes! Por isso mesmo o público mandou ver: pulou, dançou, bateu cabeça, fez air guitar... enfim, soltou a franga!

Devia ter um evento desses em Recife todo fim de semana! Quem ficou em casa vendo o 1x1 do Sport e Santos, perdeu!

Microfonia - segunda semifinal e divulgação dos finalistas

Olá, pessoas! Com o devido atraso que me é peculiar (um tanto quanto maior desta vez, peço desculpas), lá vão as minhas considerações sobre a segunda e derradeira semifinal (e anúncio dos finalistas) do Festival Microfonia, que aconteceu no dia 22 (quarta-feira) no UK Pub, em Boa Viagem. Unhas roídas, tensão, nervosismo e cacos de vidro (quebrei um copo, mas foi super sem querer!) no ar!

Quem abriu os trabalhos foi A Banda de Joseph Tourton, que fez uma apresentação de qualidade no Microfonia, no estilo da do Coquetel Molotov. Os músicos estavam bastante entrosados e à vontade, pareciam estar em um ensaio, sem ninguém olhando. Bom de ver e melhor ainda de ouvir.

A segunda banda da noite deveria ter sido a Ilíada 1, mas devido ao atraso de alguns integrantes, quem subiu ao palco foi A Comuna, notoriamente discípula do faz-tudo-cultural Jomard Muniz de Brito – que, por sinal,  recitou seus poemas tendo o som da banda como trilha, no álbum JMB em Comuna.  Viajandona toda, do som às letras. Cabeça no experimentalismo e na Tropicália, mas com os pezinhos na atualidade.

E chegou a noiva, ops, a atrasada: Ilíada 1. Era melhor nem ter ido. Nervosa, fraquinha e sem criatividade. De longe, a pior das semifinalistas. Além do atraso, e de aparentes problemas técnicos, o nervosismo era bastante aparente. Um cover descarado e mal feito de Los Hermanos e Gram. Mas pelo menos torcida eles levaram, a julgar pela quantidade de pessoas com camiseta da banda na platéia.

A Black Flowers é uma banda rara. Mas não no bom sentido. O som é bem Guns N’Roses. A novidade está na distribuição do carisma na banda: todos têm, exceto o vocalista! Dá até para esquecer que ele está no palco. Já que era pra copiar o Axl Rose, que não fosse só no timbre de voz e no lenço da cabeça, né?

A outra viajandona da noite, a Gigantesco Narval Elétrico, despertou ódio e paixão. Suas viagens criativas e psicodélicas não são de fácil assimilação, não é uma música “fácil”. Quem não quis entender, torceu o nariz. Quem embarcou na onda, caiu de amores.

Dizer que The Keith é uma banda ruim seria o mesmo que dizer que The Strokes não presta. Porque o som é quase idêntico. Eles tocam bem, animam e tal... mas cadê a criatividade, meu Deus? Entretanto, é uma forte candidata a ser sucesso entre os indies do Recife. Luiz, guitarrista da Love Toys, pirou no som dos caras. Ah, e o cabelo de tigela do vocalista funciona no palco, mas imaginei aquela criatura andando no sol do meio-dia da cidade, à paisana. Deve causar uma estranheza...

A Voyer foi a única banda a ter uma mulher com integrante. Meninas do meu Estado, cadê vocês nos palcos pernambucanos. Outra rara vocalista das redondezas, Iana, da Carfax, esta animadona com a Voyer. Mas não me animou não, viu? New rave em tons pastéis, faltou mais alegria, mais colorido.

Nem Cannibal, da Devotos, fala tanto “é rocha” quanto o vocalista da Ugly Boys! Irrita, credo! Mas a apresentação compensou. Punk rock feijão-com-arroz, simples e gostoso. Até a clássica contagem estilo Ramones (a velha “um, dois, três, quatro”) rolou. Show bom e bem feito, como só quem tem dez anos de estrada sabe fazer.

Todo mundo se apresentou, coisa e tal, e aí veio o momento nervoso: a divulgação dos finalistas. Aguardando a decisão da comissão julgadora – que teve a ausência do homem do Abril pro Rock, Paulo André, pois o mesmo estava participando de um evento em Nova Iorque, lá nos Esteites - ninguém (ou quase ninguém, sempre tem quem consiga) prestou atenção na apresentação da Macaco Bong, banda de rock instrumental do Mato Grosso, embora já quase pernambucana. E no meio do show, vem o resultado: estão na final A Comuna, The Keith, Voyeur e Candeias Rock City.

E aí começou o cumprimenta/consola. E a Macaco Bong prosseguiu tocando. E eu fui pra casa, que sou pobre e moro longe!



A comissão julgadora

The Keith

Ugly Boys

Voyer

Black Flowers

A Comuna

(Fotos: Marcelo Lacerda)

domingo, 19 de outubro de 2008

Final - Red Bull Street Style

Olá, pessoas! Para dar uma inovada nas minhas andanças, fui à final nacional do campeonato de futebol Freestyle Red Bull Street Style, que rolou ontem (17), no Marco Zero do Recife Antigo.

Começando do começo: eu não fazia a menor idéia do que cargas d’água era futebol freestyle!  Agora eu sei que é a execução de acrobacias com a bola não só com os pés, mas com várias partes do corpo, como cabeça, ombros, coxa, entre outras (olha como estou ficando sabida!). É meio que uma mistura de malabarismos com a bola e dança.

O evento, que teve apresentação de Roger de Renor (e um outro cara aí que não sei quem é), começou com uma apresentação da Mundo Livre S/A, que tocou “Free World”, “O Mistério do Samba” e “A Expressão Exata”. A banda não estava das mais animadas, mas nada que atrapalhasse.

E começou a competição. Dezesseis meninos (meninos mesmo, a maioria era adolescente) disputaram uma vaga no mundial da modalidade, e o negócio funcionava assim: dois deles duelavam por três minutos, sendo que cada um exibia seus dotes com a bola por 30 segundo, e depois passava para o adversário, e assim sucessivamente. No fim, o júri - formado pelo radialista Léo Medrado, o atacante Carlinhos Bala e o ex-jogador da Seleção Brasileira de 1970 Jairzinho - escolhia o vencedor do duelo, que se classificava para as semifinais e, por fim, a final.

Entre os competidores, um em especial tinha a maior torcida (basicamente as cinco mil pessoas que estavam assistindo): o garoto de 15 anos Pedro Henrique, o Pedrinho. Por quê? Simples, ele estava competindo em casa, ou seja, ele é pernambucano. E como pernambucano é bairrista pra caramba...

Depois notei que não era só bairrismo, não. Não é que Pedrinho é realmente muito bom? Imagine o que é fazer piruetas de ginástica artística e passos de hip hop com uma bola de futebol sem deixá-la cair. Pois é, ele fazia isso. Pena que ele não ganhou na final. Acabou perdendo a disputa para o capixaba Murilo Pitol. O terceiro lugar ficou para o carioca Fernando Carvalho, o Pitt, ou “Bolado”, como a platéia o apelidou (para quem é de outros estados: ‘bolado’ aqui em Pernambuco quer dizer ‘amostrado’, ‘metido’, ‘que se acha’).

Nesse meio de campo, a Mundo Livre subiu ao palco novamente, mais ou menos na metade da competição (antes de começar a apresentação, o Fred 04 até arriscou umas embaixadinhas, mas sem o público ver), para tocar “Meu Esquema” e “Musa da Ilha Grande”. Além deles, ainda se apresentaram Maggo MC (que incentivou a torcida pelo Pedrinho) e os b-boys do grupo Recife City Breakers.

Quem encerrou o evento foi a Mundo Livre S/A. Arrisco dizer que até um pouco mais animadinha do que no começo! Mandaram “Destruindo a Camada de Ozônio”, “Computadores Fazem Arte”, “Bolo de Ameixa”, “Muito Obrigado”, “E A Vida Se Fez de Louca” e outras duas músicas que não me recordo agora. Não foi lá o melhor show da vida deles, mas foi eficiente para a ocasião.

União – Preciso comentar: a postura dos competidores foi exemplar! Eles entravam abraçados, e vibravam uns com a vitória dos outros. Quando começaram a vaiar o adversário do Pedrinho, ele pediu pro público aplaudir em vez disso. Bonito de se ver! Que bom seria se todo mundo fosse assim... ah, e a platéia apelidou quase todos os freestylers (uia como já to!): Eduardo Key virou Coxinha (pela semelhança capilar com o mamulengo cearense), Murilo Pitol virou “Salsicha” e por aí vai.

Microfonia - Primeira semifinal

Olá, pessoas! Andei na quarta-feira passada (15) pela primeira semifinal do Microfonia, concurso de bandas que dá a ilustres desconhecidos (ou nem tanto), entre outras coisas, a chance que 10 entre 10 bandas de rock do Estado querem: tocar no Abril pro Rock.

O evento rolou no UK, em Boa Viagem. Muito se especulou que não ia dar certo ser lá, já que é um espaço muito pequeno e tal. Mas deu certo: o lugar não ficou nem muito cheio, nem vazio. E levando-se em consideração que era um ingrato meio de semana, até que deu um público legal.

Das dezesseis semifinalistas, se apresentaram oito: Javacafé, The Haze, Gandharva, La Garantia, Candeias Rock City, Seu Fulô e a Fuleragem, Caravana do Delírio e Love Toys. Cada uma teve 20 minutos para tocar quatro músicas (três autorais e uma cover), e mostrar que merecem (ou não) se classificarem para a final e quiçá participar do APR 2009.

Quem abriu a noite foi a Javacafé. Pense num cafezinho aguado e sem açúcar! Além de estar extremamente nervosa, e o vocal ser bem ruinzinho, não dava a menor vontade de olhar para o palco, pois ninguém lá se mexia. Na seqüência, o punk rock da The Haze foi ligeiramente mais animado. A versão deles para "Enjoy the Silence", clássico do Depeche Mode, foi legal, e até que deu uma animada a mais na a(nti)pática platéia que, por ser formada em sua maioria por amigos dos integrantes das bandas participantes, em geral não estava nem aí para qualquer um que se apresentasse que não fosse seu conhecido. 

A Gandharva foi média. Meio Volver, meio Sweet Fanny Adams. Influenciados pelo rock inglês, como boa parte da atual leva de bandas recifenses. Ao menos eles se mexeram no palco! La Garantia arrasou no figurino caprichadinho estilo anos 50/ The Hives (embora eu me pergunte o que leva alguém a tocar de jaqueta de couro neste calor dos infernos de Recife, mas enfim), mas faltou caprichar mais nas músicas. Ora rockabilly, ora quase punks, uma das canções deles é quase um plágio: "Bilhete de Show" é parecida além da conta com "Meu Erro", dos Paralamas do Sucesso. Ruim não é. Mas falta um “tchan” a mais.

Quem abalou o UK e levantou a platéia e a comissão julgadora (que até levantou da cadeira pra fotografar a apresentação) foi a Candeias Rock City. O persistente Johnny Hooker, que já participou de três finais do Microfonia com outras bandas (parece que, enquanto não tocar no Abril, ele não sossega!)  é carismático, provocativo, poser, exibicionista e simplesmente excelente! Uma mistura de Iggy Pop, Marilyn Manson e Chupeta, líder da Textículos de Mary. O som é sujo e cheio de guitarras, e cumpre o que promete: divertir.

Pode-se definir a Seu Fulô e a Fuleragem como “se Zeca Baleiro tivesse uma banda de samba rock”. Os músicos são bons, o som é bom, maaaaas... Em outro ambiente e outro contexto pode até funcionar. Lá, não deu certo.

Uma das minhas apostas, a Caravana do Delírio, não foi o que eu esperava. Ao vivo soa bem diferente do Myspace, as músicas são mais animadas e tal. Só que em vez de agradar as “viúvas do Los Hermanos”, como parecia, agrada as tietes da Terceira Edição, que agora estáem São Paulo. No público, algumas menininhas cantavam junto e gritavam, que nem acontece nos shows da 3E. A letra bem humorada de “Mãonogamia” agradou, mas a apresentação da banda, nem tanto.

Porém acertei em cheio na minha outra aposta: a Love Toys mandou muito bem! Apesar de ter sido a estréia deles nos palcos, não deu pra notar o nervosismo. Pelo contrário, eles pareciam uma banda experiente e que sabe ganhar a platéia, com suas caras e bocas e seu som sujo e, como eu já disse, “rock’n’roll pretinho básico”. Tem tudo pra ir para a final (Luiz, não esqueça a aposta!).

Bem, essa quarta-feira (22) tem mais. É a vez de A Banda de Joseph Tourton (que tocou na última edição do Coquetel Molotov), A Comuna, Black Flowers, Gigantesco Narval Elétrico, Ilíada 1, The Keith, Ugly Boys e Voyeur. É aguardar pra ver!



A comissão julgadora





La Garantia


Johnny Hooker arrasando na Candeias Rock City

(Fotos: Marcelo Lacerda)

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Bandas novas - Love Toys e Caravana do Delírio


Olá, pessoas! Resolvi comentar hoje o som de duas bandas que estão na semifinal do Microfonia (lista completa aqui): Love Toys e A Caravana do Delírio. Sanguinho novo na cena local é sempre bom!

A Love Toys (www.myspace.com/buylovetoys) é quase um bebê, não tem nem um ano de existência. Mas não se engane com o pouco tempo e o nome fofinho da banda. O som é sujo e a pegada é punk. Rock'n'roll pretinho básico, com influências de Ramones, Stooges, Motorhead, Dead Boys, Mc5, Rolling Stones, AC/DC, Black Flag, entre outros. Músicas lépidas e ligeiras, que dão vontade de "pogar", ou, no mínimo, balançar a cabeça. “Too Cool For Me” é umas mais legais, rola até uma gaitinha! É de Recife, mas podia ser de qualquer lugar de mundo. Não há regionalismos, mas não é uma cópia descarada das bandas gringas ou do eixo RJ/SP. Não é a salvação do rock, mas é garantia de algo que muitas vezes as pessoas esquecem que é função da música: diversão. E tenho uma razão sádica para torcer por eles: uma aposta com Luiz, o guitarrista da banda!

Já a Caravana do Delírio (www.myspace.com/acaravandadodelirio) mistura Jovem Guarda, Mutantes, Tropicália, rock'n'roll anos 50/60 e um monte de outras coisas mais. Em alguns momentos, lembra um pouco Wander Wildner, e até mesmo Velhas Virgens! As letras são meio “viajadas”. O som é calmo, assim como a voz de Matheus Torreão, o vocalista. Tem até uma instrumental que parece música de meditação: “Essência”. Vale a pena dar uma sacada.

Enfim, como ao vivo sempre é diferente, o negócio é aguardar pra conferir os show das bandas, que se apresentam no mesmo dia, 15/10, na semifinal do Microfonia (a outra semifinal é no dia 22/10). E fica aqui a torcida!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Oi Fashion Music - Moda e música acertando o tom

Olá, todo mundo! Andei passeando por terras um tanto quanto diferentes das habituais: o mundo da moda. Antes de achar que este singelo bloguinho está ficando muito fútil, lembre-se de que a indústria da moda movimenta, em média, 15 bilhões de reais por ano no Brasil, é o ganha-pão de milhares de pessoas neste país em que reina o desemprego, e ainda cobre o seu corpinho com estilo. Afinal, como diria o estilista Alexandre Herchcovitch, “a moda é o cérebro do lado de fora”.

Aconteceu na última quarta-feira (1º) a primeira edição do Oi Fashion Music. O evento rolou no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, em Olinda. Mas lá a moda não estava só. Assim como no Fashion Rocks, que acontece na Inglaterra, estava de braços dados, no maior chamego, com a música. Artistas de peso estiveram lá, cantando e fazendo a trilha sonora dos desfiles. Quer saber quem? Continua lendo que eu conto.

Tenho que confessar que me deparei com um clichê: a mãe de modelo, versão dos anos 00 da mãe de miss. Sempre animada e devotada à filha, que ela jura ser a próxima Gisele Bündchen (sendo sua pimpolha mais bonita, claro). Maria Célia, mãe da modelo caruaruense Andrielly Carla, estava desde muito cedo em uma das primeiras filhas, ansiosa para ver sua cria desfilar. Quando Andrielly apareceu na passarela, Maria Célia fez questão de dizer a todos: “é a minha filha!”. Babando e corujando. Mas mãe é mãe, né?

E havia, logicamente, aqueles(as) modelos lindíssimos(as). Corpinhos enxutos e peles perfeitas! E, claro e evidente, eles devem se reproduzir entre si. Nunca vão dar bola para nós, pobres mortais que temos espinhas, celulite e tomamos refrigerante normal, com muito açúcar. Mal sabem eles o quão interessante é uma barriguinha um pouquinho saliente, uma cicatriz! Mas eles o padrão que os estilistas e a indústria da beleza impõem.Fazer o quê.

Os atores Lucio Mauro Filho e Ricardo Castro abriram do evento (que começou com mais de uma hora de atraso), fazendo a platéia rir com suas piadas em relação aos mundinhos fashion e musical. E, entre cada desfile, eles voltavam trazendo mais humor. Sobrou pro João Gilberto, pras bandas de músicas não tão profundas assim e até pro Chico Science. As únicas bolas foras foram o “enovador” que o Lucio Mauro Filho soltou, além do “oi, Réécife”. Ninguém (ou quase) na Região Metropolitana do Recife fala assim.



O primeiro desfile foi o da C&A, embalado pelo samba de Jorge Aragão. O garoto-propaganda da marca, Sebastian, chegou na ginga do malandro carioca e arrancou gritos e aplausos da platéia. A coleção trouxe o clima hippie dos anos 70, com faixinhas na cabeça, jeans délavé (aqueles bem desbotados) e estampas florais. Também teve o colorido do estilo geek, a alegria dos indies.




Depois veio a marca do pernambucano Melk Z-Da, embalada pela apresentação do conterrâneo Zé Brown, vocalista do Faces do Subúrbio. Ao som do rap “Perito em Rima”, as modelos, com máscaras brancas/tom de areia escondendo o rosto, desfilaram vestidos e outras peças em tons claros, como o bege e o rosa - claro. Mas as roupas traziam a dramaticidade e a loucura da escultora francesa Camille Claudel, musa inspiradora da coleção.


“Água de Chuva no Mar”, de Beth Carvalho (que animou o público), foi a trilha do desfile da Água de Coco trouxe sua moda praia pro evento. O modelo Paulo Zulu já está meio passadinho, mas ainda fez a mulherada gritar horrores.



O ex-titã, poeta e talentoso Arnaldo Antunes trouxe sua presença de palco pro desfile da Blu K, que trouxe a top e apresentadora do GNT Mariana Weickert pra passarela do Evento. Muitas roupas lindas e soltinhas, toques étnicos e uma coisa meio estou-em-Saint-Tropez. Olha o vídeo do desfile aí embaixo:





O vocalista do Cachorro Grande, Beto Bruno, cantou “Jumping Jack Flash”, dos Rolling Stones pra animar o desfile da Sandpiper. Coleção alegrinha, com vestidos curtinhos, tons pastéis e estampas de bolinhas e xadrez. Bem fofo.


Luiz Melodia foi de “Lá vem a bonitona” pra embalar o desfile da Salinas. Sereias na passarela! Muito rosa-choque, tops que lembravam conchas e referências às míticas beldades do fundo do mar.


E aí veio o ápice. Com um tema um tanto quanto kistch, “Miss Universo”, a Alessa não podia ter sido mais feliz na trilha sonora. Chamou o mito, o único, um dos últimos românticos, pra cantar no desfile: o incomparável Wando! “Fogo e Paixão” foi cantada quase em uníssono pelo público, enquanto Wando jogava calcinhas para a platéia, em vez de tradicionalmente receber várias. Infelizmente não consegui pegar nenhuma :(

Os looks esportivos, bem elaborados e em cores neutras (azul, bege) da Redley foram mostrados ao som de “Ponta de Lança Africano”, de Jorge Bem, na voz de Jorge du Peixe, da
Nação Zumbi. Performance de primeira!


Um Vitor Araújo até que calmo (ele nem subiu tanto assim no piano!) tocou sua “Valsa para a Lua” no desfile do xará Victor Dzenk. A coleção, intitulada “Alma Barroca”, trouxe influências de Aleijadinho, um dos maiores artistas barrocos do Brasil. Cores ora fortes, ora neutras, florais e vestidos longos estavam presentes nas peças. Ao fim da apresentação, Vitor Araújo saiu do palco e foi pra platéia sob forte salva de palmas.


O sempre animado Otto (que lança CD novo mês que vem) cantou “Pelo Engarrafamento” e animou o já animado desfile da TNG. Tanta animação foi por conta do ator Malvino Salvador,que desfilou e arrancou gritos histéricos das mulheres (e de alguns homens) da platéia - até algumas colegas de trabalho perderam a linha e engrossaram o coro! Quem conseguiu prestar atenção na coleção, viu roupas mais urbanas, mas com toques navy (roupinha de marinheiro, sacou?) e muitas listras.


Fernanda Takai fez sua versão para “Cities in the Dust”, da banda avó do emo Siouxsie And The Banshees, pro desfile da Cantão. Muitos vestidos bonitinhos, chapéus de panamá e cores foi o que se viu na passarela.

O multiinstrumentista Zé Cafofinho (que dessa vez tocou rabeca) deu o tom do desfile da Seaway, o último da noite. Muito xadrez, calças street com bolsos enormes, roupas esportivas e cores claras, além de uma certa influência da boemia dos anos 20.

Pra encerrar, todos os cantores convidados, além da banda base que os acompanhou - Billy Brandão na guitarra, Bruno Migliari no baixo, Pablo Lapidusas nos teclados, Lourenço Monteiro na bateria e Joça Perpignan na percussão - participaram de uma homenagem ao rei do baião
Luiz Gonzaga. Todos vieram ao palco enquanto a banda tocava “Asa Branca”.

E não posso deixar de dizer que a assessoria de imprensa do evento está de parabéns por dar credenciais de imprensa a nós, pobres blogueiros. É o reconhecimento de que a gente faz diferença sim, não só os grandes veículos de mídia. Que bom seria que todos pensassem assim (não é, senhores Bruno Nogueira e Guilherme Moura?)! Ah, e mais uma vez desculpem as imagens ruins, é que a minha câmera é péééééssima!