Quem abriu os trabalhos foi A Banda de Joseph Tourton, que fez uma apresentação de qualidade no Microfonia, no estilo da do Coquetel Molotov. Os músicos estavam bastante entrosados e à vontade, pareciam estar em um ensaio, sem ninguém olhando. Bom de ver e melhor ainda de ouvir.
A segunda banda da noite deveria ter sido a Ilíada 1, mas devido ao atraso de alguns integrantes, quem subiu ao palco foi A Comuna, notoriamente discípula do faz-tudo-cultural Jomard Muniz de Brito – que, por sinal, recitou seus poemas tendo o som da banda como trilha, no álbum JMB em Comuna. Viajandona toda, do som às letras. Cabeça no experimentalismo e na Tropicália, mas com os pezinhos na atualidade.
E chegou a noiva, ops, a atrasada: Ilíada 1. Era melhor nem ter ido. Nervosa, fraquinha e sem criatividade. De longe, a pior das semifinalistas. Além do atraso, e de aparentes problemas técnicos, o nervosismo era bastante aparente. Um cover descarado e mal feito de Los Hermanos e Gram. Mas pelo menos torcida eles levaram, a julgar pela quantidade de pessoas com camiseta da banda na platéia.
A Black Flowers é uma banda rara. Mas não no bom sentido. O som é bem Guns N’Roses. A novidade está na distribuição do carisma na banda: todos têm, exceto o vocalista! Dá até para esquecer que ele está no palco. Já que era pra copiar o Axl Rose, que não fosse só no timbre de voz e no lenço da cabeça, né?
A outra viajandona da noite, a Gigantesco Narval Elétrico, despertou ódio e paixão. Suas viagens criativas e psicodélicas não são de fácil assimilação, não é uma música “fácil”. Quem não quis entender, torceu o nariz. Quem embarcou na onda, caiu de amores.
Dizer que The Keith é uma banda ruim seria o mesmo que dizer que The Strokes não presta. Porque o som é quase idêntico. Eles tocam bem, animam e tal... mas cadê a criatividade, meu Deus? Entretanto, é uma forte candidata a ser sucesso entre os indies do Recife. Luiz, guitarrista da Love Toys, pirou no som dos caras. Ah, e o cabelo de tigela do vocalista funciona no palco, mas imaginei aquela criatura andando no sol do meio-dia da cidade, à paisana. Deve causar uma estranheza...
A Voyer foi a única banda a ter uma mulher com integrante. Meninas do meu Estado, cadê vocês nos palcos pernambucanos. Outra rara vocalista das redondezas, Iana, da Carfax, esta animadona com a Voyer. Mas não me animou não, viu? New rave em tons pastéis, faltou mais alegria, mais colorido.
Nem Cannibal, da Devotos, fala tanto “é rocha” quanto o vocalista da Ugly Boys! Irrita, credo! Mas a apresentação compensou. Punk rock feijão-com-arroz, simples e gostoso. Até a clássica contagem estilo Ramones (a velha “um, dois, três, quatro”) rolou. Show bom e bem feito, como só quem tem dez anos de estrada sabe fazer.
Todo mundo se apresentou, coisa e tal, e aí veio o momento nervoso: a divulgação dos finalistas. Aguardando a decisão da comissão julgadora – que teve a ausência do homem do Abril pro Rock, Paulo André, pois o mesmo estava participando de um evento
E aí começou o cumprimenta/consola. E a Macaco Bong prosseguiu tocando. E eu fui pra casa, que sou pobre e moro longe!
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